domingo, agosto 13, 2006




MORALIZA O POETA NOS
OCIDENTES DO SOL A INCONSTÂNCIA
DOS BENS DO MUNDO


Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.

Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?

Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.

Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância


Gregório de Matos

Um comentário:

D disse...

Eu quero ser budista!
um dia, quando eu conseguir livrar-me do trapo moral q sou e ascender, serei budista! pq só assim entenderei q tudo é inconstante e impermanente e éssa é a graça da vida...Por enquanto, Gregório de Matos ainda me entristece.